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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Buraco negro viajante pode ter causado fenômeno misterioso.



Um objeto estranho foi visto em fevereiro de 2006 pelo telescópio Hubble, e até hoje cientistas não sabem explicar o que ocorreu: o objeto, chamado de SCP 06F6, brilhou intensamente por mais de cem dias, sendo que uma supernova comum brilha por no máximo vinte dias. Agora os cientistas acreditam que um buraco negro errante possa ter destruído uma estrela, o que teria causado o estranho fenômeno.

Análises do acontecimento não conseguem desvendar muito: cientistas afirmam que o objeto visto não se assemelha a nada que já seja conhecido, e não conseguem definir se o fenômeno aconteceu na Via Láctea ou a uma distância maior. Mesmo com todas as dificuldades, Boris Gaensicke e sua equipe da Universidade de Warwick, no Reino Unido, descobriram que a luz emitida pelo objeto visto parecia familiar. De acordo com o pesquisador, o espectro de luz do objeto se assemelha ao espectro criado quando a luz passa por uma área gelada rica em carbono. “Essa luz seria como a impressão digital das moléculas de carbono”, diz Gaensicke.
Explicações
Gaensicke e sua equipe acreditam que há duas explicações para explicar o objeto estranho. Uma teoria afirma que uma estrela rica em carbono possa ter se aproximado de um buraco negro de tamanho médio ou grande, que teria destruído a estrela. Parte do material teria sido absorvido pelo buraco negro, e o resto seriam as labaredas identificadas como sendo o SCP 06F6.
A complicação é que não foram encontradas galáxias ou aglomerados de estrelas próximos ao local em que o objeto foi encontrado. Embora buracos negros possam ser “expulsos” de seus locais originários, é mais comum encontrá-los em áreas com mais elementos, como em galáxias. “Seria muito incomum encontrar um buraco negro viajando livremente que pudesse alterar a vida de uma estrela”, afirma Gaensicke.
Outra teoria, considerada mais provável, seria que o evento aconteceu devido á morte de uma estrela, que teria entrado em contato com uma faixa de poeira cósmica cheia de carbono. Ondas de choque produzidas pelo evento poderiam aquecer o gás e produzir um evento tão prolongado quanto o SCP 06F6. O problema desta teoria é o fato de que estrelas de grande porte costumam aparecer em grande número, e têm vidas curtas, o que diminui a possibilidade da estrela ter viajado sozinha para uma área afastada da sua galáxia original.
Complicações
Segundo Kyle Barbary, autor de um estudo realizado em 2008 sobre o objeto na Universidade de Berkeley (EUA), a teoria sobre as moléculas de carbono parece ser a mais provável, porém, nenhuma possibilidade levantada até agora é conclusiva. De acordo com ele, encontrar outro exemplo do evento é o primeiro passo para chegar a uma conclusão concreta sobre a natureza do fenômeno.
“O SCP 06F6 foi visto em uma área relativamente pequena, então é provável que existam muitos outros parecidos por aí”, afirma Barbary, e completa: “Acredito que poderemos descobrir a natureza deste evento em um futuro próximo”. Novas câmeras foram instaladas no telescópio Hubble, o que pode ajudar a descobrir as origens do misterioso objeto e desvendar os segredos do fenômeno.

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